Tratamentos

Cirurgia de fígado

Ao criar seu plano de tratamento, fatores importantes a serem considerados incluem o estágio do câncer e o estado geral do seu fígado [1].

A cirurgia de ressecção hepática representa uma das melhores chances de cura para pacientes com câncer de fígado metastático – assim como o transplante de fígado [2]. Na hepatectomia ocorre a remoção de uma parte ou de todo fígado por meio da técnica por via aberta ou minimamente invasiva [3]. Quando o órgão é parcialmente removido, até 70% do fígado pode ser retirado. [3].

O fígado é um órgão constituído por dois lobos, direito e esquerdo, que são divididos anatômica e funcionalmente em oito segmentos independentes [3]. Desse modo, o tipo de cirurgia que será realizada dependerá do segmento e do volume a ser removido [3].

Sendo assim, antes de optar pela cirurgia, o médico deve avaliar se existe uma porção saudável do órgão que possa realizar todas as funções naturais para, só depois, realizar a ressecção, pois a parte remanescente do órgão irá hipertrofiar em algumas semanas. [3]

Geralmente, a hepatectomia é indicada para tratar tumores de fígado malignos primários, alguns tumores benignos e tumores malignos secundários originados em outros órgãos em metástases hepáticas [3]. Contudo, apenas 5% a 15% dos pacientes são elegíveis para remoção cirúrgica [4]. É importante que você tenha isso em mente quando for conversar sobre a melhor linha de tratamento com o seu médico.

Quimioterapia

A quimioterapia é uma alternativa para pacientes com câncer de fígado metastático. O tratamento pode ser sistêmico, regional, adjuvante (administrado antes da cirurgia) ou neoadjuvante (administrado após a cirurgia) [5].

Como sabemos que esses termos técnicos podem gerar muitas dúvidas nas consultas com seu médico oncologista, vamos explicar do que se trata cada uma dessas frentes de tratamento com um pouco mais de detalhes abaixo:

Quimioterapia Sistêmica

As drogas são administradas por via oral ou intravenosa. Quando entram em sua corrente sanguínea, atingem todas as áreas do corpo. [5]

 

Quimioterapia Regional

As drogas são injetadas diretamente na artéria que leva o fluxo sanguíneo para as partes do corpo afetadas pelo
tumor.[5]

 

Quimioterapia Adjuvante

É administrada após a cirurgia ou radioterapia para tratar células tumorais residuais; [5]

 

Quimioterapia Neoadjuvante

Esse tratamento é administrado antes da cirurgia ou radioterapia para diminuir o tamanho do tumor. [5]

 

O tratamento de quimioterapia é feito em ciclos e pode ser descontinuado se o paciente apresentar toxicidade, se deteriorar clinicamente ou apresentar sinais de progressão do câncer de fígado. [5]

Radioterapia

Quando não é possível fazer uma intervenção cirúrgica, o seu médico oncologista pode sugerir uma linha de tratamento com radioterapia, que pode ser combinada com quimioterapia para aumentar a eficiência desses tratamentos [5].

Diferente da quimioterapia, a radioterapia é considerada um tratamento local com aplicação apenas nas áreas afetadas pelo câncer. [5]

As linhas de tratamento baseadas em radioterapia podem ser administradas com a intenção de curar o paciente (embora sejam menos efetivas para esse propósito) [4]; para impedir a recidiva da doença [4]; ou com o propósito de controlar ou reduzir os sintomas causados pelo crescimento do tumor (nesse caso, tem um efeito paliativo) [4].

Funciona assim:

  • Quando a radioterapia é administrada antes da cirurgia, o tratamento tem como objetivo diminuir o tumor [5];
  • Quando é administrada depois da cirurgia, serve para eliminar as células de câncer restantes [4];
  • Quando tem propósito paliativo, serve para amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente [4].

A radioembolização hepática

Para pacientes com câncer de fígado, novas alternativas de tratamento podem oferecer resultados satisfatórios com menor toxicidade sistêmica e menos efeitos colaterais. [6]

Uma dessas técnicas é a radioembolização hepática, que combina a administração de microesferas Y-90 diretamente no tumor, mais precisamente nas estruturas sanguíneas que alimentam o tumor com oxigênio e nutrientes.

Essas estruturas são formadas a partir do processo de angiogênese (processo natural em que ocorre a formação de novos vasos sanguíneos), e essa técnica tem como objetivo tratar o hepatocarcinoma e outros tipos de câncer de fígado que podem ser considerados, em um primeiro momento, inoperáveis [7].

A radioembolização hepática causa mínima exposição aos tecidos saudáveis, surgindo como uma esperança para os pacientes.

Contudo, é importante mencionar que a radioembolização não tem como propósito curar o câncer, sendo utilizada para reduzir o tamanho do tumor, aliviar sintomas da doença, limitar o crescimento do câncer e estender a expectativa de vida dos pacientes – em alguns casos, em tempo suficiente para que ele receba um transplante de fígado. [7] 

Tratamento de radioembolização

Referências

[1] American Cancer Society. (2021). Treating Liver Cancer. [Online] Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/types/liver-cancer/treating.html. Acesso em 27 maio 2024.
[2]AMERICAN CANCER SOCIETY. Liver Cancer Surgery. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/types/liver-cancer/treating/surgery.html.  Acesso em 27 maio 2024.
[3] Colégio Brasileiro de Cirurgiões Digestivos (CBCD). Como funciona a hepatectomia: quando é indicada a cirurgia. Disponível em: https://cbcd.org.br/biblioteca-para-o-publico/como-funciona-a-hepatectomia-quando-e-indicada-a-cirurgia/. Acesso em 27 maio 2024.
[4] ONCOGUIA. Objetivos da radioterapia. Disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/objetivos/4620/698/. Acesso em: 27 maio 2024.
[5] Oncoguia. Quimioterapia. Disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/quimioterapia/3701/50/. Acesso em 27 maio 2024.
[6] ANWANWAN, David et al. Challenges in liver cancer and possible treatment approaches. National Library of Medicine, 1 nov. 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6981221/. Acesso em: 27 maio 2024.
[7] University of Virginia Health System. Radioembolization: Another Option for Inoperable Liver Cancer. Disponível em: https://blog.radiology.virginia.edu/radioembolization-another-option-for-inoperable-liver-cancer/.  Acesso em 27 maio 2024.

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